Sou só o cara deitado na calçada tomando chuva, pra sempre...
Escreveu uma frase nova na carreta. Mais uma frase estúpida, de alguma pessoa.
Acreditava sinceramente que aquela frase lhe tivesse sido entregue em sono. Por uma força desconhecida. Talvez divina. Feliz.
Acreditava sinceramente na felicidade. E não tire isso dele, por favor.
Escreveu com pincel e com tinta a frase que vinha pululando sua mente. Que vinha incomodando a sua rotina. Que vinha repetindo durante o dia inteiro.
Escreveu a frase e saiu pela estrada, acreditando na felicidade.
E quando lhe ultrapassavam, os carros iam todos embora.
Saíam da sua vida, como surgiam, rápidos, famílias, rápidos, sem tempo, sem espaço, sem tempo.
Ele seguia noite afora, vida afora.

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